Representantes de grupos indígenas do Brasil marcham e cantam no local da conferência no sexto dia da Conferência Climática COP28 da UNFCCC na Expo City Dubai em Dubai, Emirados Árabes Unidos, em 5 de dezembro de 2023. Sean Gallup / Getty Images


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O Congresso do Brasil derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que havia derrubado o cerne de um projeto de lei – apoiado pelo lobby agrícola – para limitar a produção de alimentos. Indígena o que prepara o cenário para uma provável batalha na Suprema Corte.
O caso envolveu reivindicações de terras ancestrais indígenas que o projeto de lei estipulava que precisavam ser fisicamente ocupadas em 5 de outubro de 1988 – a data em que o Constituição do Brasil foi transformada em lei – para que os povos indígenas possam reivindicar lotes de terra, informou o The Hill.
“Temos observado o mundo inteiro no COP28 dizendo que precisamos mudar a direção que o planeta está tomando, mas o Congresso acaba de retirar os direitos das pessoas que apontam para o futuro do planeta”, disse o membro esquerdista do Congresso Tarcísio Motta, que havia votado contra o projeto de lei, conforme relatou o The New York Times.
Os legisladores votaram por esmagadora maioria para derrubar o veto assinado pelo Presidente Lula, de modo que agora a questão deverá ser levada à Suprema Corte do país, que já decidiu no início deste ano que o prazo de 1988 era inconstitucional.
Após o anúncio da votação, manifestantes vestidos com roupas tradicionais dançaram e cantaram do lado de fora do Congresso.
“O que aconteceu no Congresso é o caminho para a destruição”, disse o senhor. Chefe do Povo Kayapo Raoni Metuktire disse à Reuters.
Lula prometeu reconhecer as reivindicações de terras indígenas pendentes quando assumiu o cargo no início deste ano e criou o Ministério dos Povos Indígenas. Seu veto em outubro foi visto como uma grande vitória para os 1,6 milhão de cidadãos indígenas do Brasil. Muitos de seus direitos à terra foram ameaçados por interesses agrícolas no Amazônia.
O prazo não levou em conta os deslocamentos forçados e as expulsões dos povos indígenas – especialmente durante a ditadura militar do país, de 1964 a 1985 -, segundo grupos de direitos indígenas, o que torna o prazo injusto, informou o The Hill.
“É uma situação muito contraditória para o país ter uma política para cortar o desmatamentoe, por outro lado, temos um Congresso que luta incansavelmente para acabar com o instrumento mais rico que temos para proteger a Amazônia: as terras indígenas”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, conforme noticiou o The New York Times.
Defensores e líderes de grupos indígenas afirmam que a preservação de suas terras ancestrais protege a Amazônia floresta tropical, um elemento essencial ecossistema na luta contra o mudanças climáticas.
“Os derrotados são aqueles que não estão lutando. O Congresso aprovou a lei do prazo e outros crimes contra os povos indígenas”. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), um grupo de direitos indígenas, disse na mídia social, conforme relatado pela The Associated Press. “Continuaremos a contestar isso”.
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