O presidente queniano William Ruto, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional Kristalina Georgieva, o presidente francês Emmanuel Macron, a filantropa americana Melinda French Gates e o presidente do Banco Mundial Ajay Banga discutem a economia global durante a Cúpula do Novo Pacto Financeiro Global no Palais Brongniart em Paris, França, em 22 de junho de 2023. LUDOVIC MARIN / POOL / AFP via Getty Images


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A Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, está sendo realizada hoje e amanhã em Paris para criar um plano para ajudar as nações de baixa renda com suas dívidas e disponibilizar mais fundos para o financiamento climático.
Centenas de líderes representando cerca de 80 países, juntamente com ativistas do clima e banqueiros, discutirão como lidar com o iniciativas atuais apresentadas à Organização das Nações Unidas (ONU), ao G20, ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, informou a Reuters.
No ano passado, a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, anunciou uma agenda política para reformar a estrutura das finanças globais e do financiamento do desenvolvimento antes da COP27, chamada Iniciativa de Bridgetown. De acordo com a Organização de Mulheres para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (WEDO), a iniciativa considera três crises globais entrelaçadas: clima, dívida e inflação. Ela propõe uma reforma institucional sistemática e novos instrumentos para financiar o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e resiliência climática.
Grande parte da agenda da cúpula foi sugerida por uma coalizão de países em desenvolvimento representados pela Iniciativa de Bridgetown.
“Estamos nos movendo para um mundo – eu o chamaria de sistema financeiro de Bridgetown – (que) reconhece que temos que ampliar maciçamente o setor público e concentrá-lo na construção de resiliência e adaptação, porque é difícil que isso seja financiado de outra forma”, disse Avinash Persaud, enviado especial de Mottley para o financiamento climático, conforme informou a Reuters.
Já se passaram quase 80 anos desde que o FMI e o Banco Mundial foram criados pelo Acordo de Bretton Woods e, embora não se espere que acordos vinculativos sobre mais financiamento multilateral para os países mais pobres sejam forjados na cúpula, compromissos sinceros devem ser assumidos.
“Queremos ir mais longe e devemos ser capazes de estabelecer metas para colocar mais dinheiro público na mesa”, disse uma fonte da presidência francesa, conforme relatado pela Reuters.
As autoridades disseram que a expectativa é que seja anunciado na cúpula um anúncio de que a meta de US$ 100 bilhões para garantias de risco cambial para liberar investimentos privados em países de baixa renda para iniciativas climáticas e de desenvolvimento foi alcançada e será disponibilizada pelo FMI.
O plano, acordado há dois anos, pede aos governos dos países ricos que emprestem direitos especiais de saque que não tenham utilizado ao FMI, que então os emprestará às nações pobres.
“Quando o senhor tem 62 países hoje que estão pagando mais em pagamentos de dívidas do que em assistência médica, é óbvio que estamos em um sistema disfuncional”, disse Cécile Duflot, diretora geral da Oxfam na França, de acordo com o The New York Times.
Um número cada vez maior de nações de baixa renda depende do financiamento do FMI devido ao aumento das taxas de juros globais, e países como Gana, Zâmbia, Sri Lanka e Etiópia ficaram inadimplentes, informou a Reuters.
“O financiamento climático é ótimo, mas se não pararmos o combustível fóssil é apenas uma solução para remediar a situação”, disse Mitzi Jonelle Tan, ativista da justiça climática das Filipinas, conforme relatado pelo The New York Times.
A reestruturação da dívida sob uma “estrutura comum” do G20 tem sido lenta, o que as autoridades ocidentais atribuem à China, que vem emprestando há anos e agora é um credor importante, informou a Reuters.
As nações com mercados emergentes e em desenvolvimento estão lutando com as taxas de juros, bem como para garantir um trilhão de dólares, que os economistas dizem ser necessário para financiar suas reduções de carbono de carbono até 2030, para lidar com crise climática e aumentar a resiliência climática.
As autoridades disseram que as propostas para uma taxa de emissões do setor de transporte marítimo devem ser promovidas por alguns líderes em antecipação à reunião do próximo mês da Organização Marítima Internacional.
Espera-se que as cláusulas de risco de desastres do acordo de empréstimo, que permitem que os países suspendam seus pagamentos após um desastre, também sejam apresentadas.
“Nos oito anos em que faço campanha, nunca houve nada parecido com isso – esses tipos de chefes de estado com vontade política de fazer uma reforma profunda da arquitetura das finanças internacionais”, disse Daniel Boese, ativista do grupo de defesa Avaaz, conforme relatado pelo The New York Times.
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