Golfinhos do rio Amazonas em Manaus, Brasil, em 2013. Sylvain CORDIER / Gamma-Rapho via Getty Images


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Mais de 100 botos amazônicos foram encontrados mortos no Lago Tefé na última semana, informou o Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável, uma organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. Milhares de peixes mortos também foram encontrados, com especialistas preocupados com a possibilidade de que as altas temperaturas recordes da água e a seca em curso na região possam estar relacionadas às mortes.
De acordo com o World Wildlife Fund, das seis espécies de botos que existem hoje, o senhor pode encontrar mais de uma, todas são consideradas ameaçadas de extinção ou criticamente em perigo. Os botos enfrentam muitas ameaças, incluindo represas, poluição da água, pesca ilegal e capturas acessórias.
Embora o aumento da temperatura da água também possa estar ameaçando essas espécies vulneráveis, a causa exata da morte de mais de 100 botos amazônicos ainda está sendo investigada.
“Ainda é cedo para determinar a causa desse evento extremo, mas, de acordo com nossos especialistas, ele certamente está ligado ao período de seca e às altas temperaturas no Lago Tefé, em que alguns pontos estão ultrapassando 39 graus Celsius (102 graus Fahrenheit)”, disse o Instituto Mamirauá, conforme relatado pela CNN.
Além das altas temperaturas da água, os cientistas estão investigando outras possíveis causas, incluindo contaminação por esgoto ou doenças. Mas eles não podem ignorar a alta temperatura da água, que foi descrita como uma sensação de água quente de banho, informou o The Guardian.
Embora essa época do ano seja tipicamente mais seca para o rio Amazonas, os níveis de água do rio caíram cerca de 30 centímetros por dia nas últimas duas semanas, fazendo com que a parte do rio em Manaus, no Brasil, se esgotasse em 7,4 metros abaixo do nível durante a estação chuvosa, muito mais do que a média de 4,4 metros que o rio desce na estação seca.
“O último mês em Tefé pareceu um cenário de ficção científica sobre mudanças climáticas”, Daniel Tregidgo, pesquisador do Reino Unido que vive na região, disse ao The Guardian. “A observação regular de botos-cor-de-rosa é um dos grandes privilégios de viver no coração da Amazônia. Praticamente toda vez que vou ao mercado tomar café da manhã, vejo-os vir à tona e isso me faz lembrar por que moro aqui. Saber que um morreu é triste, mas ver pilhas de carcaças, sabendo que essa seca já matou mais de 100, é uma tragédia.”
Espera-se que a seca continue por pelo menos duas semanas, o que pode levar a mais mortes de botos amazônicos e outros animais aquáticos.
Pesquisadores e voluntários estão tentando resgatar os botos sobreviventes, transferindo-os para uma parte mais fria do rio, informou a CNN. Mas isso pode ser um desafio devido à distância da área, e os pesquisadores precisam primeiro identificar se há alguma doença em jogo que possa afetar outras formas de vida aquática após a transferência.
A seca prolongada também tornou os níveis de alguns cursos d’água locais muito baixos para a passagem de barcos que transportam alimentos e combustível. Além disso, a seca está afetando a capacidade de pesca das comunidades locais. Pelo menos 15 municípios têm decretaram estado de emergência, informou o USA Today.
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